domingo, 13 de janeiro de 2013

Depressão e Gestalt-terapia


O termo Depressão vem sendo bastante utilizado na atualidade, porém ele pode ter diferentes significados:  

* um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles;
* uma síndrome traduzida por muitos e variáveis sintomas somáticos; ou ainda, 
* uma doença, caracterizada por alterações afetivas.  

Os sintomas da depressão como uma doença são muito variados, indo desde as sensações de tristeza a pensamentos negativos. Contudo, para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
Muitas vezes, sintomas corporais também estão presentes, como sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas, dentre outros. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. 

Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
  •  Pessimismo
  • Dificuldade de tomar decisões
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas

  • Irritabilidade ou impaciência
  • Inquietação
  • Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
  • Chorar à-toa
  • Dificuldade para chorar
  • Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou
  • Sentimento de pena de si mesmo
  • Persistência de pensamentos negativos
  • Queixas freqüentes
  • Sentimentos de culpa injustificáveis
  • Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual
  •  Muitas pessoas me perguntam se a psicoterapia pode ajudar no tratamento da depressão ou se apenas a intervenção medicamentosa (através da psiquiatria) é a chave para a cura.

    O que minha experiência tem mostrado é que, em muitos casos, o medicamento melhora o humor do paciente. Porém, considerando que a origem da depressão é sempre multifatorial (uma predisposição genética somada a eventos de vida estressantes), o medicamento sozinho não ajuda o paciente a lidar melhor com os fatores ambientais (eventos estressantes), que também são causas da depressão. Uma abordagem mais abrangente, que some psicoterapia com intervenção medicamentosa mostra-se sempre mais eficaz no tratamento desta doença.

    Neste sentido, a Gestalt-terapia como abordagem psicoterápica tem a oferecer ao paciente um tratamento que atua na sua totalidade. Através do seu olhar acerca do sujeito como um ser biopsicossocioespiritual, a Gestalt-terapia busca a integração de todos os aspectos da personalidade desse sujeito.

    Falando sobre o que acomete o sujeito abre-se as portas para ressignificação dessas experiências, tornando-as menos doloridas e possibilitando-o de lidar melhor com tais vivências. Aos poucos, o paciente vai descobrindo seus recursos internos, aumentando seu auto-suporte, ampliando suas possibilidades e descobrindo formas mais saudáveis de viver.